segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
Colapso
O passado tenta cavar minha pele, rasteja sobre meu corpo, como se eu pudesse ter mais uma vez cada sensação, sentir cada toque. Minha mente vaga entre milhões de imagens, retrocedendo. Braços agarrados a cadeira, meu corpo treme, começo a suar. De repente minhas mãos estão livres, cobrindo minha face, escuridão. Olhares, sorrisos, meu coração acelera, as veias saltam. Mãos se distanciam enquanto as observo, sinto os dedos mexendo, mas não parecem aquelas mãos que eu costumava conhecer, mãos capazes de fazer tanto mal. O que foi que eu fiz? Não eram minhas mãos, não podem ter sido. Vi a luz esvair-se lentamente de seus olhos, após sua última tentativa desesperada de tomar fôlego. E naquele momento singular, tudo que eu conseguia me perguntar era, porque aquilo estava demorando tanto, porque você não parava de lutar, qual o sentido em querer resistir?
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