terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Frágil

Eu vejo as marcas em minha pele e começo a pensar, divagar, sobre como seria, conseguir ir mais fundo. O raso já não me satisfaz mais, o fundo do poço, o fundo da carne, são do que preciso. Foi então que passei pelo pior silêncio da minha vida, naquele momento eu era apenas um saco de ossos, músculos, pele, o resto totalmente vazio. Eu estava ali, no lugar em que antes costumava me sentir tão segura, completamente abalada, inconsolável, perdida. Lembro de todas as promessas que me fizeram, e me apeguei a elas com tanta força, com tamanha veracidade, uma espécie de fé cega. E quando as coisas não foram bem do jeito que eu imaginava, não pude aguentar, mais uma vez eu estava ali, profundamente quebrada. Não posso simplesmente deixar as coisas fluírem, a dor é muito grande, talvez seja isso aquilo que chamam de decepção. E o que não me interessava, eu simplesmente preferi não escutar, em negação, me iludir. Não, eu não sou uma vítima, não mais.

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