O medo de dormir me consome, e começo a enlouquecer. Até onde meus vícios me levaram? Será que uma hora isso vai parar? Sonhos que parecem tão reais, tanto medo do abandono, e de não ser boa o suficiente. Eu não quero ter que te acordar, ter que te ligar para me acalmar, ser tão dependente. Às vezes, eu só queria poder passar a lâmina na pele, bem fundo, e acabar com tudo isso. Por que sempre tenho que ser tão problemática? Eu achei que finalmente tinha passado por cima de tudo isso, doce ilusão. Se eu realmente fosse uma pessoa boa, as pessoas não iriam embora, e elas sempre vão no final. Sequer consigo chorar, as lágrimas teimam em não cair. Depressiva, sozinha. Sufocando, engasgando, com o peso da angústia. Me lembro de quando tudo era mais fácil, amar, sentir prazer, agora aqueles dias parecem tão distantes. Uma outra vida. Um misto entre olhar o reflexo no espelho, tão odioso, indagador, ou cravar o vidro bem fundo na pele. Entorpecida, vazia, vazia de lágrimas, de sentimentos, de qualquer propósito. Há algo me rasgando por dentro. E eu estou no fundo do poço, mais uma vez. Me dê apenas uma chance, para tentar consertar as coisas. Não sei o que você faz comigo, que faz com que eu queira voltar atrás. Desistir de tudo pelo que sempre lutei, e nos dar mais uma oportunidade. Penso em como poderia ser algo belo.
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