sexta-feira, 22 de abril de 2016

Sussurros

A pele em que habito é áspera e ao mesmo tempo tão frágil, quero admirar seus olhos apaixonados, olhos de amor, enquanto sorri com o olhar. Quero ser seu tudo e ao mesmo tempo seu nada, devorar-te com apenas um gesto, apenas quero saciar-te. Desvanecer com um beijo teu, um segredo velado, de que sou a única em seus pensamentos. Sou a única que sabe como desarma-lo, morder suas costas, arranhar. "Seu olhar atravessa nuvem, sombra, terra e carne". E então me contorço mais uma vez, gemo, nada cresce nesta terra, nada esta impune dos maus tratos. Meu coração agora é frio como o gelo, sangue quente e pele gelada, pálida, como a dos mortos. Vamos para outra vida além desta, não quero mais me encontrar repetidas vezes neste mesmo lugar, no mesmo ponto de partida. Quero uma aventura, viver plenamente, sem consequências. Tive que desistir de todo meu orgulho, e ao mesmo tempo te deixar ir. Quero mais uma vez teu beijo maravilhoso e sensual entre meus lábios, suave e calmo, mas ao mesmo tempo tão apressado e impaciente. Quero aquela voz sussurrada em meu ouvido, aquela que apenas você sabe fazer e pela qual me perco plenamente.

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