quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
Agridoce - Parte 1
Quando olhava para o lado, tinha a plena certeza, de que eu era a pessoa mais sortuda do mundo. Não sei explicar, o quanto meu corpo se alegra ao sentir teu toque. Como tudo descarrilou assim tão rápido? Essa sensação, de que não verei mais seu rosto, é tão agoniante, saber que só posso observar-te dormir uma última vez. Meus olhos, já não aguentam mais o cansaço, eles pesam, devido às noites mal dormidas, mas nem todo o cansaço do mundo é capaz de me fazer pregar os olhos de vez, não quero acordar para a despedida, quero que ela nunca chegue. A luz entra pela janela, viro para um lado e para o outro na cama, repetidas vezes. Lapsos de memória, talvez algum dia eu me esqueça até mesmo das coisas que considero as mais importantes, como teu sorriso. Mas se sou a única culpada, se sou tão errada assim, então o que você ainda faz aqui? Se o passado é o que conta, então por que viver o presente, construir um futuro? Tudo bem, a culpa é toda minha, se isso faz você se sentir melhor, se isso vai te ajudar a dormir a noite, vá em frente, descanse sua cabeça no travesseiro. Não sinto mais nenhum prazer em olhar na sua cara, se engasgue em suas próprias palavras, para que elas não magoem mais ninguém. Talvez essa seja toda a magia da indiferença, quando chega a um ponto que nada mais pode te atingir, o mundo está ruindo lá fora, e você simplesmente está dançando, escutando uma música no último volume. Se após meu erro você simplesmente não pode mais confiar em mim, então deite sua cabeça no travesseiro, tenha doces sonhos, amanhã é outro dia, e você pode estar com quem quiser.
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