A morte

O dia todo nesse quarto escuro, sozinha, sentindo falta, de algo que eu costumava ter. A morte, certa vez conversou comigo, e me contou um de seus maiores segredos, que não é preciso temê-la, e desde então passei a desejá-la, constantemente, com todas as minhas forças, perdidamente apaixonada por sua doçura, por sua beleza. Todos temos um pouco de tristeza em nossas vidas, não que esse seja um bom motivo para acabar com ela, mas às vezes, pode parecer tão reconfortante, largar tudo, simplesmente deixar o sangue fluir, se esvair, ser expulso do corpo, abraçar a morte lentamente. Mas meu amor, não se vá agora, fique mais um pouco, me faça companhia, não quero ficar sozinha agora, não quero ter que enfrentar o peso do mundo, ser julgada tão cedo assim. É da minha natureza, do meu feitio, fugir, não enfrentar as coisas, ser uma covarde. Escolher o caminho mais fácil, parece ser tão simples, mas nunca costuma ser a coisa certa a se fazer.