terça-feira, 5 de junho de 2018

Me devora

Vejo o vermelho do sangue, o púrpura do céu, o castanho escuro de teus olhos. O azul do quarto, o claro dos lençóis, me apego a cada detalhe, pois nunca sei quando pode ser a última vez. O amarelo das flores, o branco da tua pele, que se mistura ao meu, como numa pintura, uma obra de arte, que existe apenas no encontro de nossos corpos, nessa junção, que consegue remeter a algo tão puro, tão doce. Algo feito com sentimento, é totalmente diferente do que não o é, como água e vinho. Gosto de apreciar, cada parte de teu corpo, como se pudesse apenas ficar ali, para sempre, e repousar calmamente, sem ter que retornar a realidade. Vejo uma fusão de sentimentos, sendo construída pouco a pouco, talvez eu seja apenas alguém que facilmente morre de amores, um pouquinho mais a cada vez, uma louca, mas afinal, quem não o é? O que foi que nos aconteceu, para ficarmos assim, com tanto medo do desconhecido? Parece que a cada vez fica mais difícil ainda, se entregar, sem acreditar que tudo se repetirá, mais uma vez. Só que, quando você faz aquele olhar, de quem quer me devorar, não há como resistir, juro que esqueço de todo o resto.

3 comentários:

  1. não sei te ajudar com seus medos.

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  2. Lembrou um pouco a música do legião urbana, "...a tempestade que chega é da cor dos seus olhos, castanhos..."

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