terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
Imerso
Sinto a tranquilidade do mar enquanto boio na água, ouço seu silêncio. A imensidão azul não assusta, ela me conforta, me alimenta, tranquiliza. Quero ir cada vez mais fundo, na água, nos seus pensamentos, invadir sua alma, penetrar o mais profundo possível, até conhecer aquela versão de você que ninguém mais conhece. E quem sabe nunca mais voltar dessa imensidão azul, ou talvez você chegue a tempo e me resgate. Ouço o chamado do mar, mais fundo, mais fundo, mais rápido, mais rápido, pegajoso, escorregadio. Afogue-me, abrace-me, encante-me, embale-me, dê-me o doce beijo da morte. Enquanto apenas ele pode dar-me o beijo da vida, salvar-me. Sinto a leve brisa bater em meu corpo, meu rosto, a água gelada purifica, entorpece. Sinta o sol queimar sua pele, a carne em brasa, assim como o calor que sinto no peito, a cada vez que penso em você. Mergulhando, imóvel, intacta, afundando, você não sabe até onde essa última onda pode te levar. E o medo continua aqui, medo de falhar com você, te decepcionar da mesma forma que decepcionei todos os que mais se importaram comigo. Mas quando te vejo, eu apenas sei, sei que dessa vez tudo pode ser diferente, tudo pode valer à pena, e nem todo o mundo será suficiente para nós dois.
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